terça-feira, 13 de janeiro de 2009

De volta


Passei 17 dias na praia. Mais exatamente em Vitória, Espírito Santo. Parcialmente, meus dias off realmente serviram pra colocar um pouco a cabeça no lugar, me descobrir, me entender melhor e quase me encontrar. Como eu tinha prometido, contarei algumas coisas aqui, então vamos aos relatos! Começando pela parte "Comer rezar amar"

ORIGENS

Minha mãe é goiana e meu pai é capixaba. Eu sempre disse que parecia com meu pai e que me identificava mais com a família dele, mesmo sem conhecê-la direito. São 11 irmãos. Eu conheci 6, mas nunca tive muito contato. A distância atrapalha, e, na verdade, nunca houve iniciativa maior de aproximação por nenhuma das partes. Meus esforços foram sempre tímidos.

Dessa vez, eu viajei com o objetivo de conhecer melhor minhas origens. Meu tio vivo mais velho tem até uma árvore genealógica. Meus avós eram nordestinos, mas não descobri muito sobre eles. O mais legal mesmo, é quando a gente ia almoçar e os irmãos contavam histórias da infância, passada no bairro de Santo Antônio, que fica num morro na periferia de Vitória.

Lá, meu avó começou modestamente a vida e a família. Pelos relatos, percebi que ele era muito adorado, um líder nato, que criou até um time de futebol! Tão querido, que virou nome de rua: Av. Dario Lourenço de Souza. Outra coisa: a Av. Dario Lourenço de Souza é a avenida do sambódromo de Vitória! Esses dados podem até explicar uma grande indagação que sempre fiz sobre mim: de onde aprendi a gostar tanto de futebol e carnaval? Meus pais sempre se fazem essa pergunta também, porque eles passam longe de estádios e trios elétricos.. Como eu saí assim?

Além do time de futebol, meu avô já teve uma linha de ônibus em Vitória, que o meu tio Rubinho (que eu não conheci) dirigia e meu pai também já ajudou. Meu outro tio, Mazinho, que eu também não conheci, inventou uma história de montar bicicletas que envolveu vários irmãos na linha de produção. Nunca imaginei meu pai montando bicicleta! Mas segundo eles, o mais divertido era na hora de levá-las para a loja...

Meu pai era o mais nerd. Ele fez letras e filosofia. Os irmãos o admiram muito. Só por que ele fala inglês, francês e alemão? Ah, que isso! Ele sempre ganhava prêmios e condecorações na escola. Mas o legal mesmo, foi ver que o irmão mais novo, tio Gilson, gansava os livros do meu pai e no dia do churrasco, a gente pôde até travar uma conversa em alemão, na beira da piscina.

Assim como eu podia pedir previsões meteorológicas para o tio Wilson, que trabalhou na aeronáutica, como meteorologista, e para o meu primo Edu, filho dele, que seguiu a mesma carreira. Pena que o Edu acertou na previsão, e disse que ia chover... Aí também não era novidade, no dia da feijoada, a gente lembrar dos nomes das nuvens... Ou até discutir a reforma ortográfica. Fiquei orgulhosa desse alto nível intelectual.

Orgulhosa, essa é a palavra. Sem falar na outra geração... com o meu primo que acaba de se formar no ITA, e a outra que passou num curso da Petrobrás de sei lá o quê. No fim das contas, senti mais responsabilidade ainda de estudar, trabalhar, ser alguém na vida. Mas como estava de férias, não quis me estressar muito com o meu atual desemprego...

Quis apenas entender os caminhos, o que as pessoas já fizeram na vida, como fizeram. A média de idade da minha família é muito alta. Meus primos mais novos tem 30 anos... Sem falar nos quarentões e cinquentões... E, falando na parte filosófica da viagem, do meu objetivo de me entender melhor, isso foi muito bom. Aprender com a experiência e saber que eu ainda tenho muito o que viver. Experiência essa visível nos cabelos brancos, o traço genético mais visível. Procuramos os "Lourenço de Souza" pela cabeça.

4 comentários:

Anônimo disse...

Você voltou. E inspirada. Nossa, nossa!!!

\o/

Unknown disse...

Pois é,pois é... =D

Anônimo disse...

Está escrito "Ele é gay" na camiseta do rapaz que tem a seta? Hehehehehe.

Unknown disse...

Anãããão gente! Que orgulho de família ^^ e eu achaaando que minha mãe e meu pai eram animadinhos com filhos, mas sua vó superooooou todas as expectativas. Imagina só, 11 cotoquinhos na barra da saia "Mãe, eu quero isso", "Mãe, eu quero aquilo" =P

=** Ana Paula Viera Negona da Bahia (Ou de Vitória né!? Sei lá!!) hahahahaha