domingo, 30 de novembro de 2008

Sobre jogos, amores e jogos de amores...

Eu sei, jogos de amor são pra se jogar. Mas não precisa da agonia dos pênaltis. Não dá pra armar um esquema tático objetivo e eficiente? Eu sei. A bola precisa passar por todos os setores, também não quero um típico chutão do zagueiro para aquele atacante isolado lá na frente, oportunista, esperando para finalizar.

Eu adoro os centroavantes. O meio de campo tem os momentos e os lances mais interessantes da partida. Mas não dá pra ficar eternamente ali, trocando uma bolinha mansa sem ninguém assumir a responsabilidade. Afinal de contas, já diria a velha máxima do futebol: quem não faz, leva, hein!!

E tem mais... o atacante pode cansar de esperar lá na frente. Depois, o cronômetro marca 45 minutos do segundo tempo e vira só agonia. Aí o árbitro apita e não adianta chorar o leite derramado.

Meu árbitro interior está com o apito na mão para sinalizar o final da partida. Mas alguma voz-bandeirinha-interior quer dar mais uns minutinhos, quem sabe não sai aquele gol emocionante no final? Que nada, tudo que eu queria era a frieza do árbitro, que apita o final sem dó.

Pra que essa prorrogação? Que jogo arrastado, sofrido. Cansei de brincar, mas mesmo assim eu queria brincar mais.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Consegui!

Hoje eu fui ao cinema sozinha. Quanta dor havia no simples pensamento de enfrentar a telona sem ninguém ao lado. Durante toda a minha vida evitei esse momento, que parecia ser um bicho-papão, uma mula-sem-cabeça que ia me destruir. Que difícil era (é) pensar na hipótese de estar lá, assistindo romances, aventuras, dores, paixões, sem ninguém para fazer um comentário ou trocar um olhar na cena do beijo.

Assim, no meio da semana, com um período de folga inesperado, fui acometida por um coragem imensa e uma vontade de enfrentar esse medo. Aqui vocês podem pensar... Medo de ir ao cinema? Não... Medo da solidão. Essa sim é uma mula-sem-cabeça que me tira o sono, me dá depressão e já me fez mergulhar em tarjas pretas para dormir e simplesmente não pensar nela.

Porém, adianta fugir? Agora, (tardiamente) estou aprendendo que não. Acorda, Ana Paula. Já passou da hora de encarar o mundo, a vida. Eu sempre disse.... que estou ensaiando. O blog não tem esse nome em vão. Mas os ensaios agora estão cada vez mais sérios, cada vez mais próximos da realidade.

A minha médica-técnicas-indianas-malucas do último post, disse na primeira consulta, que eu acho tudo muito perigoso e tenho medo de me machucar. Fato. Acho mesmo. E, sinceramente, vou continuar achando por algum tempo. Mas eu quero acreditar que já foi uma iniciativa para enfrentar o medo.

E, sinceramente, nem doeu. Fiquei orgulhosa de mim. Mas calma. Isso era no meio da tarde de uma quinta-feira. Não me peça para fazê-lo no meio da tarde de sábado ou domingo, quando o shopping está cheio de casais e famílias felizes. hahahaha Aqui foi o cúmulo da dor de cotovelo né? É, pois é.

Mas eu consegui...

=***

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Inferno ou paraíso?

Primeira observação importante: sempre que venho escrever no meu blog, quero não incomodar ninguém com meus dramas e conflitos existenciais. Quero pensar em um assunto amplo, filosófico, até factual e fazer dele um texto cheio de reflexões. Pois bem, hoje decidi assumir que meu blog é egoísta, única e exclusivamente sobre mim mesma e minha vidinha. Tudo bem, você pode não querer voltar mais aqui porque não te interessa o meu conflito interno sobre aquele rapaz ou uma crise sobre a minha monografia. OK! O fato é que, como já disse em algum post por aqui, tô ensaiando pra vida e o "Ensaio" é uma ferramenta para o tão sonhado auto-conhecimento .

Agora sim, "inferno ou paraíso":

Atualmente eu faço dois tratamentos, com duas técnicas diferentes. Depois de ter um surto numa manhã de terça-feira, no ônibus lotado que me levava à faculdade, quando uma mísera falta de oxigêncio no cérebro paralisou meus braços, enrolou minha língua e me deixou traumatizada com o resto do mundo, eu já passei por dois neurologistas diferentes, um psiquiatra e agora fui parar numa psicóloga e numa médica maluca aí com uma técnica indiana (essa merece um post único, sobre o qual pensarei depois).

Parêntese importante: gente, não fiquem com medo de mim, eu não sou maluca!

Então, vamos à dicotomia que as duas implantaram na minha humilde cabecinha em busca de equilíbrio. Segundo uma delas, "a gente veio nesse mundo pra ser feliz" e ela vai me livrar de todo o mal, amém. Segundo a outra, "o sofrimento é inerente à vida" e eu tenho que aprender a lidar com ele. Aí tá difícil! Outra coisa pra eu procurar o meio termo?

Foi dado um nó na minha cabeça, que agora tenho que desatar. Eu acredito piamente nas duas teorias... Mas... a minha busca pela felicidade anda me deixando tensa. Estou sofrendo com o limiar tão tênue entre acreditar que tudo vai dar certo e que a felicidade está próxima e frear as emoções, com medo do fim e do sofrimento.

O certo é que, ultimamente, para mim, não há nada pior do que a instabilidade. Como eu queria que as coisas e pessoas se repetissem por um tempo. Barzinho no sábado, cinema no domingo; o que não significa uma rotina entendiante, mas a certeza de companhia e proteção. Como equacionar a minha vontade com a dele, que é totalmente oposta? Nesse momento, penso em sair correndo, pode?

Segundo a minha tutora do sofrimento aí, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, e de todo jeito eu tô ferrada. (suspiro) E a outra médica eu só vejo daqui a duas semanas. Aceito sugestões para não entrar em parafuso. >/