quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Adolescente

O coração dispara, a fome diminui, a concentração já era. Batedeira quando chega perto, dor de barriga quando está longe. Devaneios sempre, pé no chão raramente. A bateria do celular acaba de tanto abrir pra ver se alguém ligou. O juízo prejudicado. O cinza, vermelho. De repente uma rata e você acha que pôs tudo a perder. Consulta a melhor amiga. Calma, não foi tão ruim assim. Consulta o travesseiro, pega no sono. Sonha. Acorda, vai do pranto ao riso em trinta segundos. Escuta a cantora preferida. Dá uma conferida na internet, ninguém. Finalmente ouve a mãe, que tá gritando há meia hora. É hora de ir pra escola, tem prova de matemática e você não estudou...

Às vezes dá uma vontade de ter quinze anos....

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A professorinha

Era uma vez uma menina que adorava brincar de escolinha. A primeira coisa que ela disse que seria quando crescesse foi “professora”. Momentaneamente dissuadida pela mãe, ela passou a falar que ia ser dentista. Mais tarde, já perto da decisão, não sabia ao certo o que queria ser. Um dia, decidiu: jornalista.

Apesar de uma leve tendência indicando para o curso de “Letras”, ela estudou muito, fez vestibular e passou para Jornalismo. À esta altura, já tinha esquecido da profissão com a qual sonhava quando era pequena.

Ainda no primeiro semestre do Jornalismo, nem tão crescida assim, aos 17 anos, recebeu um convite para ser professora. Sem hesitar, aceitou.

Durante quatro anos, ensinou muito e aprendeu mais ainda. O cansaço da semana inteira de estudos e o fato das aulas serem na sexta a noite e no sábado de manhã não tiraram dela o entusiasmo de ser professora, mesmo nas muitas vezes em que ela não conseguia fazer calar a turma bagunceira.

Todas as adversidades ficavam pra trás quando alguém dizia que aprendeu alguma coisa graças à aula dela e que ela era um exemplo; ou quando ela acertava o tema da prova do vestibular e depois via os seus ex-alunos passeando pelo campus da universidade. Não interessavam as críticas, as milhões de reclamações de que a aula estava chata ou as revoltas com notas baixas. Ela tinha convicção.

Tentou ensinar algumas coisas e aprendeu o valor dessa tentativa. Quando voltava para a posição de aluna, sabia exatamente o que seu professor sentia quando pedia silêncio. Assim, aprendeu o valor das pessoas que doam as vidas por outras e o desvalor da sociedade para com uma profissão tão bonita e importante.

Hoje, ela sente muita saudade das salas de aula, pois não mais pode compartilhar o jornalismo e a educação. Porém, ainda sonha com a utopia de um mundo melhor a partir da formação de pessoas melhores e com o dia em que ela voltará a ser uma professorinha.

Feliz dia do professor!!