Dois meses morando em Brasília. Por enquanto, algumas certezas e muitas dúvidas.
Certeza de que eu fui abençoada e sortuda porque consegui um emprego muito bom e que me abre muitos caminhos; mas isso não é apenas quanto a mim. Uma forte impressão sobre a cidade é a de que ela é cheia de oportunidades. O desenvolvimento começa aqui, mas isso não é novidade nenhuma, tanto é que já me acostumei com o jeito carioca, a saudade dos goianos (que não é só minha), o sotaque nordestino e os olhos azuis vindos do sul.
Brasília parece não ter identidade de povo; o que não significa que não a tenha. Tem uma identidade burocrática, que só remete ao poder, às decisões administrativas e políticas tomadas aqui e que afetam o país, por que não dizer, o mundo. Isso influencia o povo, que se torna também burocrático, não dá bom dia no elevador, não conversa na estação do metrô e não faz questão de ser simpático. A não ser, é claro, que a pessoa em questão não seja um mortal qualquer assessor de comunicação da associação de sei lá quem; seja filho do fulano do ministério tal, sobrinho do deputado que vota aquela lei ou amigo do cara do Banco Central.
É cinza. Ainda não vi o sol aqui; um sol bonito, que brilha. É cinza nos dois sentidos, no metafórico e no real. Além da cinzenta frieza humana sobre a qual falei, aqui tá nublado todo dia, chove e faz frio, muito frio. O cinza contrasta com a arquitetura impecável dos altos prédios da capital federal. Outro elemento da identidade brasiliense: as construções suntuosas, transbordando decisões, negócios, problemas e política pelas janelas.
Aqui é assim, e eu tô cada dia mais parte dessa coisa horrível. Por isso que eu vou pra Goiânia todo final de semana, e nunca quero voltar.
Certeza de que eu fui abençoada e sortuda porque consegui um emprego muito bom e que me abre muitos caminhos; mas isso não é apenas quanto a mim. Uma forte impressão sobre a cidade é a de que ela é cheia de oportunidades. O desenvolvimento começa aqui, mas isso não é novidade nenhuma, tanto é que já me acostumei com o jeito carioca, a saudade dos goianos (que não é só minha), o sotaque nordestino e os olhos azuis vindos do sul.
Brasília parece não ter identidade de povo; o que não significa que não a tenha. Tem uma identidade burocrática, que só remete ao poder, às decisões administrativas e políticas tomadas aqui e que afetam o país, por que não dizer, o mundo. Isso influencia o povo, que se torna também burocrático, não dá bom dia no elevador, não conversa na estação do metrô e não faz questão de ser simpático. A não ser, é claro, que a pessoa em questão não seja um mortal qualquer assessor de comunicação da associação de sei lá quem; seja filho do fulano do ministério tal, sobrinho do deputado que vota aquela lei ou amigo do cara do Banco Central.
É cinza. Ainda não vi o sol aqui; um sol bonito, que brilha. É cinza nos dois sentidos, no metafórico e no real. Além da cinzenta frieza humana sobre a qual falei, aqui tá nublado todo dia, chove e faz frio, muito frio. O cinza contrasta com a arquitetura impecável dos altos prédios da capital federal. Outro elemento da identidade brasiliense: as construções suntuosas, transbordando decisões, negócios, problemas e política pelas janelas.
Aqui é assim, e eu tô cada dia mais parte dessa coisa horrível. Por isso que eu vou pra Goiânia todo final de semana, e nunca quero voltar.
2 comentários:
aaaaaaai.. e Brasília tem alguma coisa no ar, na água.. tem alguma coisa aí que te fez escrever melhor ainda ;) eu voto que é o crescimento! É "de repente 30"!
Sinceramente, um lugar que não tenho vontade de conhecer é brasília e ainda mais agora que voce falou de como as pessoas não se preocupam em ser simpáticas...Tia, lembre-se né, sempre que precisar do sol venha pra cá pq aqui sim tem muitooo sol nos dois sentidos!
Mas, fica tranquila que o sol ainda vai aparecer, pq ai voce está crescendo e será uma jornalista de sucesso. Aposto que voce vai substituir a fátima Bernandes!huhu
Beijos gata
te adoro
Como sempre escrevendo maravilhosamente
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