terça-feira, 2 de setembro de 2008

Músicas

Carente profissional (Cazuza/Frejat)
"Tudo azul
No céu desbotado
E a alma lavada
Sem ter onde secar
Eu corro
Eu berro
Nem dopante me dopa
A vida me endoida

Eu mereço um lugar ao sol
Mereço
Ganhar pra ser
Carente profissional

Se eu vou pra casa
Vai faltando um pedaço
Se eu fico, eu venço
Eu ganho pelo cansaço
Dois olhos verdes
Da cor da fumaça
E o veneno da raça

Eu mereço um lugar ao sol
Mereço
Ganhar pra ser
Carente profissional

Levando em frente
Um coração dependente
Viciado em amar errado"

Eu poderia ter escrito isso.
As palavras, eu sinto todas, formando uma poesia que me dói,
enquanto eu mergulho no escuro e escuto música
esperando meu dopante me dopar.

Açaí (Djavan)
"Solidão de manhã
Poeira tomando assento
Rajada de vento
Som de assombração
Coração
Sangrando toda a palavra sã
A paixão
Puro afã
Místico clã de sereia
Castelo de areia
Ira de tubarão
Ilusão
O sol brilha por si
Açaí guardiã
Zum de besouro
Um ímã
Branca é a tez da manhã
Açaí guardiã
Zum de besouro
Um ímã
Branca é a tez da manhã"

Essa eu não poderia ter escrito,
há rimas e palavras nela que vão além da minha imaginação.
Mas ainda assim, sinto.

Também já tocou Alice, Sina, Nem luxo nem lixo, Fulgás, Nada por mim
e nada de eu dormir.
Pra completar a tristeza, aparece "frisson",
que era tudo que eu queria sentir e cantar;
e se eu tivesse motivos para tal
não estaria nessa escuridão, muito menos nesse post meloso.
Mas como meu blog é mais um instrumento psicológico
do que literário, lá vai.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ana, "poeira tomando assento" é o trecho que mais faz sentido pra mim!!!
Já vale pela música toda.

Anônimo disse...

não sou fã de djavan nem de frejat, mas entendo perfeitamente a sensação. E não se esqueça, boss,
que a escuridão é a melhor amiga da verdade.

Rodrigo Vilela. disse...

isso sim é surpresa. Estou impressionado... eu te admiro sempre mais; mesmo achando q sempre é o ápice. \o/

Unknown disse...

os compositores!