quarta-feira, 22 de julho de 2009

Existe par perfeito?

Eu fico aqui sonhando acordada com alguém que ainda não apareceu, nem mandou um sinalzinho de fumaça. Ou teria mandado? Se mandou, eu saberia ver na fumaça o desenho de um coração? Se o príncipe pegou um jatinho e apareceu quando você tinha 15 anos ou se tá vindo de jegue e só chegará aos 30, não importa. Importa é saber: ele existe mesmo? Tem alguém pra te receber no final do tabuleiro, enquanto ainda estão rolando os dados dessa brincadeira maluca?

Eu sinceramente não sei, nem acredito ser a pessoa mais indicada para discorrer sobre a existência ou não da tampa da panela, da metade da laranja, da cara-metade ou do nome que você quiser para designar o par perfeito. O meu eu-lírico da fase Romântica quer acreditar que sim, que tem alguém nos planos divinos, mágicos, esotéricos ou cartesianos da sua existência. E que, mesmo se ele estiver no extremo norte do hemisfério norte, você vai encontrá-lo, olhando a mesma prateleira de uma livraria, no metrô, na fila pra pesar o pão ou na poltrona ao lado do cinema. O meu eu-lírico da fase realista diria que é apenas uma questão de conveniência e sorte encontrar alguém da sua turma da faculdade, do trabalho, que tenha lá uma característica em comum e uma dose de atração carnal e pronto, ambos entenderem que são pares.

Eu pendo para dizer que faz parte dessa brincadeira ficar uma rodada sem jogar, avançar duas casas, recuar três. Mas no final, todo mundo gosta de brincar e aprende a ganhar e a perder. Logo, existindo ou não o par perfeito, o importante é brincar...

Eu só tenho um graaaaaaaaaande questionamento sobre o tema. Como eu sei quem pode e quem não pode brincar? Dá um medo de pensar que eu já deixei essa pessoa passar e nem abri a porta do parquinho pra ela entrar e se divertir! E aí? Tem o par perfeito número dois, três? Quantas são as chances de convidá-lo pra dançar?

Eu já sei que não tem par perfeito perfeito como nos contos de fadas. Mas deve ter par perfeito com defeitos, tipo gente de carne e osso, do mundo real...

E você, acha que existe um par perfeito? Já encontrou?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Cansei

Cansei de amores que cabem no diâmetro de uma só cabeça. Cansei de romances que alcançam o raio de uma só imaginação. Cansei de emoções que fazem bater só um coração. Cansei também dos sonhos que colorem a noite de apenas uma pessoa e de planos que planejam uma vida.
Cansei de você, cansei de mim mesma e da ilusão de um nós dois.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Julho


Perceberam que chegou julho? Como assim? Ontem era dia 27 de janeiro e eu começava no meu trabalho novo, na cidade nova, na casa nova, na vida nova. Hoje já é quase velha. Já virou rotina, já me importo em sair horas depois do trabalho, já cansei de ser chique e de ver o ministro.

Chegou julho e chegaram milhões de preocupações futuras muito além dos tradicionais planos: férias e aniversário. Chegou julho e chegou a sensação angustiante de "o tempo está passando e eu estou só assistindo". Chegou julho, com o frio, a gripe suína e a morte do Michael Jackson.

E a minha vida tá cansada de ver julhos iguais, que na verdade são diferentes, mas que dão sensação de quero mais. Sempre trabalhando, sem férias, descarregando o stress na baladinha do dia 29. Chegou julho junto com a vonta de fazer diferente, vide o www.essamocatadiferente.com

Chegou julho com uma personalidade que não aguenta mais o mediano, o fútil, o fulgás. Chegou julho com a vontade de ser mais. Chegou julho com a vontade de ser mais, já sendo mais.

Chegou um julho complexo, maduro. Ele mostra um horizonte, que não é da boca pra fora. É da boca pra dentro mesmo. É uma agonia louca de ser mais Ana Paula.

Chegou o julho dos 22 anos com horizonte nos 30. Chegou um julho bom, por mais que difícil.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Jornalistas-blogueiras lançam o projeto “Essa moça tá diferente” (Nós sambamos assim!)

Um dia a gente se cansa das mesmas coisas, dos mesmos erros, caminhos e por quês. Um dia, a gente resolve mudar tudo, começar de novo. A gente fica diferente porque cresce, termina a faculdade, arruma emprego ou simplesmente muda de opinião.

Três amigas, três jornalistas, três blogueiras que descobriram que a mudança é algo contínuo e, por isso, ninguém tem noção exata de sua dimensão. Por tantas mudanças e sonhos antigos, eis que surge o projeto Essa moça tá diferente.

O site quer discutir o dito banal, simples, dizer o que se pensa. Não há intenção de pirâmides invertidas e construção de notícias. Quer, apenas, a vida em letras, da forma que vier.

Serviço:
O quê? Projeto Essa moça tá diferente
Onde? http://www.essamocatadiferente.com/site/
Quando? Às Segundas: Ana Paula Vieira
Às Quartas: Marília Almeida
Às Sextas: Ana Flávia Alberton

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Odeio casais felizes

Mais um ano se passou
E nem sequer ouvi falar seu nome, a lua e eu
Caminhando pela estrada
Eu olho em volta e só vejo pegadas
Mas não são as suas eu sei,
Eu sei, EU SEI
O vento faz eu lembrar você
As folhas caem mortas como eu
Quando olho no espelho
Estou ficando velha e acabada
Procuro encontrar
não sei onde está você
VOCÊ VOCÊ....
o Vento faz eu lembrar você
As folhas caem mortas como eu...
A lua e eu
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Permitam-me um post desabafante-depressivo, um rivotril inteiro hoje, rios de lágrimas e o mal humor. Permitam-me lamentar o pior dia do ano, a dor dele continuar sendo o pior e a sensação de que nada muda; de que eu continuo sem preencher de nomes os pronomes de todas as músicas que eu escuto e de gente os espaços vazios do meu dia.

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Permitam-me também dizer que antes só, do que mal acompanhada.

bjomeliga!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Vento candango


É um vento sul encanado entre os prédios quadrados do setor comercial. Um vento que não faz voltinhas, como nos desenhos. Um vento que desce reto, cortando o meu rosto e fazendo cócegas no meu pescoço. É um vento que gela o dia, apesar de uma beiradinha de sol que sai ali do lado daquela pilastra. É o vento que me recebe todos os dias, quando eu saio do subsolo e me deparo com aquele pedacinho de eixo monumental. É um vento chique, que permite cachicol, bota e casaco (sem ser na pecuária). O vento me diz bom dia, e pasmem, eu até respondo: “Bom dia, Brasília!”

Será que eu estou me adaptando?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Extra! Extra!

Pesquisador conclui que mulher é mais inteligente que o homem

Da Agência Estado
Em São Paulo

Depois de analisar 137 mil notas tiradas durante um semestre por 22 mil alunos de 30 cursos superiores de uma universidade privada carioca, o pesquisador José Abrantes, concluiu que as mulheres são mais inteligentes do que os homens. Na média, as notas delas foram 3% superiores às deles. Na análise, por disciplina, de 12 tipos de inteligência, elas mostraram melhores resultados em nove e eles em três.

Os homens são mais hábeis usando as inteligências matemática-lógica, visoespacial e cinestésico-corporal. Já as mulheres na pictórica, ultrapessoal, interpessoal, naturalista, existencial, musical, social, linguística e emocional. Segundo Abrantes, os homens demonstraram maior compreensão matemática, mais capacidade para entender mapas e se localizar no espaço, além de se saírem melhor na inteligência corporal e nas atividades que necessitam de força.

Já as mulheres apresentaram mais facilidade de se expressar pela escrita e pela fala, maior entendimento de questões filosóficas, habilidade para desenhar, para a música e para usar os conhecimentos no meio ambiente. Elas ainda levaram vantagem na inteligência emocional, no autoconhecimento, na capacidade de se relacionar com os outros e de equilibrar competição e qualidade de vida.

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Novidade nenhuma, né garotas?? Sabemos que somos mais inteligentes que eles. Mas, na minha opinião, pecamos num quesito: na calma. Mesmo que tenhamos mais conhecimento, eles podem se sair melhor naquela prova pelo simples fato de que não estão nem aí. Mulher se preocupa demais, pensa demais, analisa demais; e digo isso me incluindo, claro.

Pensem bem, aqueles meninos do fundão, tranquilões, de boa, que conversavam na aula, azaravam as menininhas no recreio, não passaram no vestibular? E eu me matando de estudar, chorando, sofrendo por antecipação com a ideia de não passar. Totalmente passional.

E é aí que a pesquisa perdeu a validade, segundo minha humilde visão. Quem em sã consciência concorda que nós, mulheres, temos mais inteligência emocional que os homens? A gente perde o equilíbrio toda hora: porque ligou, porque deixou de ligar, porque fulano não atendeu o celular... E não adianta, não é o meu velho problema de sanidade mental não; TODA mulher é assim, confessem gatas! Um desequílibrio fino e elegante, claro; mas que não deixa de ser desiquílibrio...

Ao mesmo tempo, é aí que está toda a graça. A intensidade. A vontade de ser tudo ao mesmo tempo, de querer tudo ao mesmo tempo e de lutar por tudo ao mesmo tempo. - o que gera uma potencial tendência à loucura. E aí, tenho que invocar Martha Medeiros para traduzir perfeitamente o que eu quero dizer:

"Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos. Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota".

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